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Sagarana IL FIUME ANHANGABAÚ


Luiz Roberto Guedes


IL FIUME ANHANGABAÚ



 

 
L´impronta dei miei piedi é invisibile adesso...
 
Il fiume Anhangabaú
È un fiume che non c´è più
É stato sepolto sotto
Il viadotto del Chá.
C´è un altro fiume più sopra,
Che scorre di qua e di là:
La moltitudine è sola       
Sul viadotto del Chá.
 
Ognun col suo tributo,
Col suo prendi e dammi qua,
Al passo di contraddanza
Del viadotto del Chá.
Tal e quale l´avvio dei monsoni
Ciascun col suo adessosùbito
Sopra un fiume esistito
Che non aveva più un sito.
  
Il mio gregge turbolento
— Le mie allucinazioni! —
Rileggendo gli avvilimenti
Intagliati in tanti volti... 
È vedere gomitoli di fiumi
Svolgere le distanze...
Così pascono gli anni,
Verdi pascoli di speranza...
 
Coperta di stracci e cenci,
Proprio sotto i nostri nasi,
La miseria fa quartiere
Di invisibili viventi...
Invano cacciando sguardi...
A casaccio... sonnambulando...
Fantasmi uguali al fiume,
Un fantasma sotterraneo...
 
Vien la pioggia a lavare la valle!
Sbandano bande di sbrindellati.
Acque e venti guaendo
Pianti per fiumi defunti.
E la corrente investe,
Chè il suo motto è avanzare,
Ricomincia in ogni braccio,
Traccia la rotta, rompe il tratto...
 
La moltitudine è sola  
Sul viadotto del Chá 
            Ciascun col suo minuto
Ed ognun col suo giammai.
Gira che gira, il girotondo
Mai arriva alla sua fine –
La folla è tutta sola
Sul viadotto del Chá.    
 
 
 
 
                                                           (Traduzione dal Portoghese di Fabrizio Wroli.)
 
 
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In lingua originale:
 
 
O RIO ANHANGABAÚ
 
Luiz Roberto Guedes
 
 
                                                                                  O sinal dos meus pés é invisivel agora...
 
O rio Anhangabaú
É um rio que não há:
Está sepulto debaixo
Do viaduto do Chá.
Tem outro rio no alto,
Rolando pra-lá-pra-cá:
A multidão está só
No viaduto do Chá.
 
Cada um com seu tributo,
Com seu toma-lá-dá-cá,
No passo de contradança
Do viaduto do Chá.
Talqual monções se aviando
Cada qual com seu pra-já
Por sobre um rio havido
Que não tinha mais lugar.
 
Meu rebanho turbulento
— Minhas alucinações! —
Vai relendo os mudamentes
Entalhados nas feições...
É ver novelos de rios
Desenrolando distâncias...
Assim vão pastando os anos,
Verdes pastos de esperança...
 
Sob trapos e molambos,
Bem debaixo dos narizes,
A miséria faz seu rancho
De viventes invisíveis...
Em vão esmolando olhos...
A esmo... Sonambulando...
Fantasmas que nem o rio,
Fantasma subterrâneo...
 
 
 
Vem chuva lavar o vale!
Fogem farrapos em farrancho.
Águas e ventos guaiando
Prantos por rios defuntos.
E a correnteza arremete,
Que seu lema é avanço,
Recomeça em todo braço,
Traça o rumo, risca o traço...
 
A multidão está só
No viaduto do Chá —
Cada um com seu minuto,
Cada qual com seu jamais.
Ronda que ronda, o rondó
Nunca acaba de acabar —
A multidão está só
No viaduto do Chá.




Luiz Roberto Guedes
Luiz Roberto Guedes, poeta e narratore, vive a São Paulo. Há pubblicato la raccolta poética “Calendário Lunático” (2000), in edizione bilíngüe italiano/portoghese, e i racconti “O Mameluco Voador” (2006= e “Meu Mestre De História Sobrenatural” (2008).




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